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Adilson Vaz

Empreendedorismo

Uma breve reflexão sobre o modelo cooperativo

A origem da cooperativa organizada é creditada aos tecelões de Rochdale em 1844, em oposição ao capitalismo predominante na época, decorrente da Revolução Industrial. Após o sucesso de Rochdale o movimento cresceu e nos anos seguintes aumentou significativamente o número de cooperativas.

Actualmente tem-se falado muito sobre cooperativas em algumas partes do mundo, principalmente depois que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o ano 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas das Nações Unidas (Resolução A/RES/64/136 – 03/02/10).

Vivemos num mercado global afectado pela crise económica e financeira que se iniciou em meados de 2008, nos Estados Unidos, a qual teve uma repercussão a nível mundial. Com o impacto da crise, assistiu- se ao encerramento de várias empresas e perante este cenário, a cooperativa apresenta-se como um modelo empresarial capaz de alavancar um crescimento económico. No seguimento da proclamação do Ano Internacional das Cooperativas (2012) pela ONU, a ACI iniciou uma campanha mundial com o objectivo de permitir às cooperativas elevarem a sua performance de negócio. Essa campanha, denominada de “Visão 2020”, visa que em 2020 a cooperativa se torne:

• O líder reconhecido em sustentabilidade;
• O modelo preferido das pessoas;
• O tipo de empresa de mais rápido crescimento.

Assim, pretende-se que esta década seja de crescimento das cooperativas, e que possam se constituir numa alternativa para compensar o colapso financeiro verificado.

A cooperativa demonstra ser um melhor modelo organizacional porque congrega força e vontades capazes de realizar um empreendimento que individualmente não seria possível, conseguir com a mesma performance.

Existem vários modelos organizacionais presentes na sociedade neoliberal. Nesse pressuposto, concentra-se a análise de dois modelos que se destacam: o capitalista, que possui como objectivo ganhar mais, e “outro“, que busca a inclusão sustentável e o respeito à diversidade social, ambiental, cultural e a identidade regional, em síntese “outra economia“, pautada na autonomia, no fortalecimento das dinâmicas locais, nas relações de proximidade e no protagonismo social.
Assim encontramos as cooperativas que seguem um modelo organizacional inclusivo, fazendo com que todos participem no desenvolvimento econômico. O modelo cooperativo contrapõe-se ao modelo capitalista que focaliza o lucro, que para o primeiro não constitui prioridade.

Adilson Semedo Vaz
Líder de Desbravadores
Formado em Contabilidade e Administração